domingo, 27 de julho de 2008

Traumatismo de Coluna Vertebral

Traumatismo da Coluna Vertebral

  • Introdução
  • Quadro Clínico
  • Diagnóstico.
  • Prevenção.
  • Tratamento.
  • Qual médico procurar?
  • Prognóstico

Introdução


Mesmo com os recentes avanços da medicina, os traumas da coluna vertebral permanecem como uma das lesões traumáticas mais trágicas. O principal objetivo no atendimento às vítimas do trauma envolvendo a coluna vertebral e medula é reduzir a chance de haver déficits neurológicos e prevenir lesões adicionais que podem ocorrer no atendimento à vítima.

A medula espinhal é protegida pelos ossos da coluna vertebral, e leva os sinais nervosos do cérebro para o resto do corpo, distribuindo estes sinais aos nervos.


O traumatismo de coluna vertebral (traumatismo raquimedular) pode ser o resultado de várias lesões, incluindo:

o Acidente automobilístico, motociclístico ou ciclístico,

o Quedas,

o Ferimentos por arma de fogo,

o Ferimentos por arma branca (ex. faca),

o Agressão física,

o Acidentes na prática desportiva, etc.

A maioria dos traumas raquimedulares acomete pessoas jovens e do sexo masculino. A maior parte das lesões acontece na região cervical (área do pescoço). O trauma pode ser o resultado de:

o Contusão da própria coluna vertebral (tanto por lesão direta como por mecanismo de chicote – pela ausência da proteção de cabeça no banco do carro),

o Perda do suprimento de sangue para a medula – Pode ocorrer tanto pela formação de um hematoma (coágulo de sangue) que comprime a medula espinhal e os vasos que a suprem, como por lesão direta desses vasos (ruptura),

o Secções da medula - A secção parcial ou total da medula é bastante rara. As lesões da medula são sérias e podem causar diminuição ou perda total da força motora, coordenação ou sensibilidade, ou ainda, de outras funções (como a perda do controle da bexiga e dos intestinos).

Quadro Clínico

Os sintomas do trauma raquimedulares variam e dependem do local e da severidade da lesão. Os traumas completos da coluna vertebral - trauma que resulta em uma perda total de sensibilidade ou da motricidade (ex. andar) – são correspondentes à altura de onde ocorreu o dano. Por exemplo, uma pessoa que teve uma lesão no meio do pescoço perderá a sensibilidade e não poderá mover-se abaixo do meio do pescoço. Quase a metade dos casos de lesões da coluna vertebral é completa. Lesões completas que acontecem no pescoço superior podem chegar a comprometer a capacidade de respirar e podem determinar que a pessoa precise usar um ventilador mecânico.

Dor (ou pressão) no pescoço, nas costas e na cabeça ou ainda, hematomas, contusões e inchaço na pele da área afetada, podem ser outros sinais indiretos que acompanham as lesões da coluna vertebral.

As lesões de um lado específico da coluna vertebral ou de sua região central produzirão padrões característicos de sintomas, como fraqueza ou paralisia dos braços ou pernas, ou de um lado do corpo. Em uma pessoa ferida que está inconsciente, o grau de lesão neurológica pode ser muito mais difícil de avaliar. Dessa forma, quando os médicos têm um alto grau de suspeita de uma lesão da coluna vertebral, tomam os devidos cuidados para protegê-la. Isto é normalmente feito usando um colar cervical para imobilizar o pescoço, fixando a pessoa a uma prancha rígida para transportá-la.

Diagnóstico

A possibilidade de trauma da coluna vertebral deve ser considerada em qualquer um que esteve em um acidente de automóvel grave ou que experimentou uma lesão significativa da cabeça ou do pescoço. Quando a pessoa estiver consciente, ela será indagada se tem dor no pescoço e se ela pode sentir e mover seus braços e pernas. Também será avaliado o uso recente de drogas ou álcool, questionado se existem outras lesões dolorosas que possam desviar a atenção de um dano no pescoço, e quanto à presença de outros sinais de dano da coluna vertebral.

Radiografias, Tomografia Computadorizada (TC) e Imagem de Ressonância Magnética (IRM) são opções de exames a serem usados para avaliar a coluna vertebral.

Um colar cervical para manter o pescoço imobilizado será freqüentemente mantido imóvel até que os resultados dos exames estejam disponíveis. Se houver suspeita uma lesão da coluna cervical, o colar pode ser mantido por vários dias, até mesmo se os exames forem negativos, no caso de uma lesão existir, mas não ter sido descoberta por causa do inchaço ou do espasmo muscular.

As lesões completas da medula espinhal são diagnosticadas quando há perda total da sensibilidade e controle motor. Danos incompletos causam quantidades variáveis de perda sensitiva, fraqueza ou paralisia, dependendo do local do dano.


CT da Coluna Vertebral


A tomografia computadorizada (TC) deve substituir as radiografias simples na investigação radiológica de pacientes com suspeita de trauma da coluna cervical, segundo estudo apresentado no encontro anual da American Roentgen Ray Society.

Uma análise retrospectiva demonstra que a TC é um método com maior acurácica, mais rápido e de menor custo.

Centenas de milhares de exames da coluna cervical são realizados nos EUA todos os anos, e apenas um pequeno número deles identificam alterações, motivando controvérsias sobre o custo da utilização da TC em vez da radiografia sim-ples em pacientes com suspeita de trauma da coluna


DISCUSSÃO
A fratura toracolombar tipo explosão é lesão freqüentemente encontrada nos indivíduos jovens após traumatismo de alta energia. Devido a esse fato, lesões associadas, como outras fraturas ou lesões viscerais, podem ser encontradas(14-15). Os mecanismos de trauma descritos são os de queda de altura e os acidentes de trânsito(16,19). Por ser uma região com maior mobilidade do que a coluna torácica e lombar baixa, a transição toracolombar responde pela grande maioria dos casos em todas as séries dos trabalhos levantados(8-9,11,15,17,19,25). Os nos-sos dados confirmam esses achados da literatura. Encontramos predominância dessa fratura, após queda de altura e acidentes de trânsito, na região toracolombar em pacientes com idade média de 47 anos.

Não encontramos consenso no tratamento dessas fraturas(4,6-8,11,15,26-28). O grande número de variáveis que devem ser consideradas – como presença de déficit neurológico, lesão do arco posterior e estenose do canal vertebral – e a falta de estudos prospectivos e randomizados dificultam a conclusão definitiva dos resultados. Apesar de Krompiger et al(11) e Chow et (18) relatarem o tratamento conservador nos casos com déficit sensitivo-motor leve e lesão ligamentar posterior, concordamos com a maioria dos autores que indicam o tratamento não operatório apenas nos casos sem disfunção neurológica e sem evidência radiográfica de lesão ligamentar posterior.